quinta-feira, 22 de abril de 2010

A RESPONSABILIDADE É DE CADA UM......

E EU COM ISSO?


COP-15: o que pode mudar na sua vida

A 15ª Conferência das Partes, da ONU, vai reunir os negociadores de cada país membro da

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, para a definição de um acordo

global que controle as mudanças climáticas e garanta a sobrevivência desta e das gerações

futuras. Tudo isso parece muito distante de sua vida diária? Pois saiba que as decisões tomadas

em Copenhague podem afetar, e muito, o cotidiano de cada um de nós

Thays Prado - Edição: Mônica Nunes

Planeta Sustentáv el - 30/09/2009

De 7 a 18 de dezembro, os 193 países membros da UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima estarão reunidos em Copenhague, capital da Dinamarca, para chegar a um acordo climático global

com medidas que impeçam que a temperatura do planeta suba mais do que 2º C – em relação ao período pré-

Revolução Industrial – até o final do século. (Leia a reportagem: Entenda a COP 15)

À primeira impressão, essas decisões parecem atingir apenas os governos e as grandes corporações, mas os

impactos não param por aí. Quando questionados sobre que mudanças a COP-15 traria para a vida de cada um de

nós, vários especialistas hesitavam em responder – pouca gente está pensando na esfera individual – mas, assim

que começavam a falar, as conexões iam se tornando óbvias. O acordo climático global pode afetar diretamente o

nosso estilo de vida, o modo como consumimos, a maneira como fazemos uso da energia e dos meios de

transporte e, em última instância, a nossa própria sobrevivência.

“Copenhague é uma oportunidade de trazermos mais racionalidade para nossas vidas”, diz o economista Ladislau

Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e conselheiro do Planeta Sustentável. “Por meio

de um acordo internacional, seremos obrigados a reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa e, por isso,

teremos que repensar o modo como organizamos os ciclos produtivos e o consumo domiciliar. Mas isso depende, em

grande parte, da conscientização das populações, porque não é só por lei que as coisas se transformam”, alerta.

"Poucas pessoas fazem uma relação direta entre o alimento que colocam na mesa, por exemplo, e o aquecimento do

planeta, mas, ela existe e cada um de nós vai ter que aprender a verificar sua pegada de carbono e a repensar seus

hábitos de vida. Copenhague vai provocar essa discussão em larga escala”, defende Emília Queiroga, vice-presidente

da ONG State of the World Forum.

A escritora, co-fundadora do Palas Athena e conselheira do Planeta Sustentável, Lia Diskin, diz que ainda estamos na

busca de mecanismos que nos permitam dar continuidade ao estilo de vida que já temos, o que considera um grande

equívoco. “Esse modo de vida é insustentável e, me atrevo a dizer, indecente! Eu me recuso a pertencer à parcela de

vinte por cento da população que está consumindo oitenta por cento dos recursos do planeta”.

Para o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, que também é conselheiro do Planeta Sustentável, o impacto pós-

Copenhague para nossas vidas será enorme. Ele acredita na taxação de atividades e produtos em função da

quantidade de gases de efeito estufa emitidos. “A tendência é que todas as questões ligadas ao carbono sejam

objeto de regulação, o que vai desde o lixo até o consumo de bens duráveis, incluindo suas cadeias de valor”.

Para atender às metas e compromissos de redução de emissões, vamos precisar de novas tecnologias que facilitem

o uso de fontes renováveis de energia, aumentem a eficiência energética, tragam soluções para os meios de

transporte que vão além dos combustíveis fósseis e até aproveitem melhor os recursos da floresta. “Com isso,

aumentam os investimentos nessas áreas, inclusive com incentivos no setor de educação, o que possibilita a criação

de novos profissionais nesses campos e gera oportunidades de inserção em novos mercados, como o de energias

renováveis, que cresce entre 30% e 40% ao ano”, observa João Talochi, representante do Greenpeace.

É de se esperar que, daqui para frente, especialmente se as exigências do acordo de Copenhague forem rígidas,

15/12/2009 Planeta Sustentável - Imprimir Matéria

…abril.com.br/inc/pop_print.html 1/2

surjam novas profissões no mercado e a valorização de novos talentos que possibilitem a aceleração de uma

economia de baixo carbono e pequeno impacto ambiental.

Tasso Azevedo, assessor especial do Ministério do Meio Ambiente para assuntos de floresta e clima, ainda afirma que

o Brasil é um dos países que mais pode vislumbrar oportunidades no processo de redução de emissões. Entre elas

está o desenvolvimento de energias limpas e tecnologias diferenciadas e a geração de novos empregos.

Agora, saiba como sua vida pode mudar, setor por setor, dependendo do que for decidido na COP-15. O que dá para

adiantar é que, para que seja feita a redução de emissões de carbono, evidentemente, será preciso contar com a

consciência individual e coletiva, mas não se iluda: as medidas vão mexer no bolso de muita gente.

[img1] Novos meios de transporte para reduzir emissões

Para diminuir a quantidade de carbono que lançamos na atmosfera, será preciso repensar a maneira como nos

locomovemos e o tipo de combustível que utilizamos em nossos veículos. Esse será um dos focos de atenção dos

países que estiverem preocupados em reduzir emissões após o acordo climático de Copenhague

[img2] Mais energia limpa, menos carbono

Taxação do petróleo e seus derivados, incentivos para o uso de fontes renováveis de energia e até para a geração de

fontes antes desconhecidas, como o bagaço de cana e o lixo urbano, são assuntos que farão parte das discussões da

15ª Conferência das Partes, da ONU, em Copenhague, e que podem mudar o cenário energético do mundo

[img3] Produzir e comprar em função do carbono

Dependendo do que for acordado em Copenhague, as cadeias produtivas deverão reduzir suas emissões de carbono.

Até porque, é bem possível que os produtos sejam taxados em função da quantidade de gases de efeito estufa que

emitem. O consumidor será o responsável por fazer que isso realmente aconteça, por meio do seu poder de escolha

 Dinheiro para quem não cortar árvores

O pagamento por serviços ambientais prestados é um dos mecanismos que podem ajudar a controlar o aquecimento

global. O tema será amplamente debatido em Copenhague e muitos brasileiros podem ser beneficiados com a

medida, não apenas com recursos financeiros, mas com a abertura para novos tipos de atividades econômicas na

floresta

[img5] O dilema dos pobres na redução de emissões

Em países ricos e em desenvolvimento, há pessoas que vivem com menos de um dólar por dia e não têm condições

de reduzir emissões e arcar com a conta do aquecimento global. A 15ª Conferência das Partes, da ONU, em

Copenhague, no final do ano, também vai precisar discutir essa questão

[img6] Um novo ideal para as gerações atuais

Independente do que for decidido em Copenhague, serão os indivíduos os responsáveis pela construção de novos

valores e hábitos de vida que podem garantir a sobrevivência humana no planeta por mais tempo, além de estilos de

vida mentalmente mais saudáveis. As ONGs e a mídia terão um papel importante nessa transformação

15/12/2009 Planeta Sustentável

Matéria nos enviada pelo nosso irmão Marcus

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