Movimentos criticam liberdade de Regivaldo
Regivaldo Pereira Galvão, um dos mandantes do assassinato da Irmã Dorothy Stang, teve seu pedido de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do estado do Pará
20/05/2010
Aline Scarso,
De São Paulo, da Radioagência NP
Participantes do III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) receberam com indignação a notícia da libertação de Regivaldo Pereira Galvão, um dos mandantes do assassinato da Irmã Dorothy Stang, em 12 de agosto de 2005. No início deste mês, Regivaldo, conhecido como Taradão, foi condenado a 30 anos de prisão. Na última terça-feira (18), ele teve seu pedido de habeas corpus concedido.
A decisão foi da desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, do Tribunal de Justiça do estado do Pará. O integrante da coordenação nacional da CPT, Dirceu Fumagali, comenta a posição do Judiciário.
“O Judiciário brasileiro novamente mostra a sua cara, o seu jeito de tratar a questão da violência e a impunidade no campo brasileiro. Nesses 35 anos da Comissão Pastoral da Terra observamos que não tem mudado muito [tanto] a situação de violência do campo brasileiro em relação ao comportamento do Judiciário, que é extremamente condescendente com os criminosos, com os mandantes, àqueles que comentem de fato a violência no campo.”
Mais de 900 congressistas saíram em caminhada na noite da última quarta-feira (18) para relembrar a memória daqueles que foram mortes em razão da defesa das causas camponesas.
De 1985 a 2009, a CPT documentou o assassinado de 1.546 pessoas, entre ativistas e trabalhadores do campo, que lutavam pela reforma agrária. Desses assassinatos, foram condenados apenas 69 executores e 20 mandantes.
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